Na quinta-feira passada caminhei uns 3 km até o mall para comprar alguns aviamentos que faltavam. Fazia 15 dias que não esticava as pernas, não observava os movimentos da natureza. Isso me limpa a mente e me faz divagar em comunhão comigo mesma. Com os dias cinzentos e com a neve de final do inverno a vontade era só ficar aquecidinha na calefação em casa. Aqui chove dias seguidos e o tempo é nublado quase sempre.
Depois das compras fiz algo que pode parecer absurdo por causa dos termômetros que acusavam 2º: tomei sorvete!!! Sim, me dei esse luxo mesmo sob essa temperatura apesar do esforço de ter perdido 2 kg nos últimos 15 dias. Pior é ficar na vontade! Curti meu sorvete, sentada no corredor do shopping, distraída com o lento entra-e-sai dos visitantes.
Na volta decidi caminhar de novo fazendo outro percurso, observando e descobrindo novos recônditos interessantes. A chuva fina e ininterrupta me pegou no meio do caminho. Os jardins bem cuidados exibiam a relva verdinha, os passarinhos encolhidinhos nos galhos das árvores, algumas árvores nuas com seus altivos e imponentes braços erguidos aos céus. As lavandas e as hortênsias começam a brotar nas calçadas ao longo da ciclovia, a plantação de blueberries com o solo encharcado.
Gosto da chuva e depois do cheiro da terra molhada, mas não de tempestades, raios ou trovões. Lá no Pantanal elas caem torrencialmente na maioria das vezes e em seguida o sol aparece abrasador. Os raios e trovões das tempestades de verão são bonitos e ao mesmo tempo aterrorizantes. É que eles me deixam nervosa, me sugerem tragédias. Nosso amado Brasil sofre muito com as chuvas nessa época, inclusive lá na minha terrinha, que nunca teve deslizamento, agora tem passado por esses problemas. Eu particularmente tive experiências traumatizantes com enchentes. A chuva beneficia alguns e arrasa a outros. Que contraste!
Quando pequena gostava de olhar os pingos de chuva no chão. Pensava no formato deles como pequenas coroas de cristal que me faziam sonhar. Pode parecer infantil, mas ainda hoje gosto de olhá-los e foi o que fiz enquanto caminhava. Lembrei-me desse tempo que as preocupações eram somente estudar, depois brincar com minhas bonecas e dormir.
Mesmo bem protegida no impermeável e botas de cano longo minhas mãos se congelaram de tanto segurar o capuz que teimava em voar repetidamente. Os carros passavam velozes deixando rastros de água e vento gelado. O vento molhado me fez sentir mais frio, mas por alguma razão eu quis continuar andando debaixo do céu zangado e cinza sem a proteção de um guarda-chuva.
Ao atravessar os sinais os motoristas me olhavam espantados, pois o mais difícil nessa cidade é encontrar pessoas caminhando. O carro é o veículo de transporte da maioria e verem uma mulher caminhando sob um aguaceiro deve ser algo desconcertante para alguns.
Já em casa tomei um demorado banho quente. Depois o chá e a manta quentinha me ajudaram a relaxar minhas doloridas pernas. Mais uma estação está preste a completar seu ciclo e penso nos novos rumos que a vida poderá me trazer.
Bambu japonês: detalhe mimoso do pescador sentadinho! |
If you dream it, you can do it!
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Feliz dia!
"Plágio é crime: Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998".
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3 Peles comentaram:
Nossa, cheguei a sentir frio aqui do Rio de Janeiro... rs...
Gosto do frio, me acalma, me faz bem. Odeio o verão. Mas também estou acostumadas com temperaturas abaixo de 10 graus. Acho que aí já se torna um tanto incomôdo. Mas entre o frio exagerado e o calor exagerado, fico com o frio.
Beijocas
Oi Paulette!!!
Vi tua fotinho lá no meu blog e vim te dar um oi!!! Eu andei fazendo umas arrumações no meu blog, colocando uns links... e eu não sei lidar muito bem com a informática... ainda estou aprendendo muitas coisas neste mundo virtual... achei que eu tinha teu link e tava te seguindo,mas olhei na minha lista e tu não tá então vou linkar novamente... sempre que tenho tempo gosto de ler os blogs apesar de ser difícil devido a muitos textos e pouco tempo... Adorei esse teu texto apesar de eu não gostar de frio e chuva (aqui no inverno é muito frio e quase morro congelada, sou muito friolenta) prefiro o sol e o calor, acho maravilhoso e alegre dias de verão, mas adorei essa tua descrição desse dia frio com sorvete, me pareceu um dia muito feliz e perfeito, foi assim que me transmitiu ao lê-lo!!!
Un feliz carnaval!!!
Beijos
Bia
Muito bem, o que li por aqui gostei! A nossa mente sempre é fértil em imaginar a forma como descrever as nossas coisas para que os outro possam, assim, lerem.
http://www.congulolundo.blogspot.com/
http://www.minhalmaempoemas.blogspot.com/
http://www.queriaserselvagem.blogspot.com/
Um abração e bom carnaval.
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