Pages

Os trinta anos do meu Júnior

1980-1981
A primeira vez que pensei seriamente em ter você eu tinha 16 anos. Nessa época eu só pensava em ter uma casa, um piano e um bebê. Cedo não? Mas na minha cabeça eu tinha esse sonho. Calentava o sonho de ser mãe, planejei a sua vinda e ela aconteceu 3 anos mais tarde quando eu ainda tinha 19 anos. Tornei-me a ovelha negra da família por esse motivo: seus avós não queriam admitir que a garota meiga tivesse se tornado uma adolescente grávida. Eu sei que os decepcionei, mas o mais importante era você e assim, essa foi a primeira vez que enfrentei o mundo.

1982: eu e Ju aos 2 anos
Você foi amado desde o primeiro momento e esperamos com ansiedade a hora da sua chegada ao mundo. A garota que diziam que era a “filhinha de papai” surpreendeu a todos. Aprendi a bordar e cada roupinha, cada detalhe foi planejado e preparado para você.
Acho que você não estava muito a fim de deixar o aconchego do útero da mamãe porque eu não tive absolutamente nada que indicasse isso. 
1987
Por duas vezes fui ao hospital e voltei pra casa sem sinais de que era a hora e as semanas estavam passando. Por isso, no dia 30 de dezembro de 1980 você nasceu de parto cesárea, com 50 cm e pesando 3.400kg. O orgulhoso Dr. Ivo se encantou quando te viu e muito sorridente me avisou que era um meninão. Naquela época a ultrassonografia não era uma constante e fiquei sem confirmar o sexo até na hora do nascimento, mas a minha intuição me dizia que era um menino. 


1989: Dinah, vô Paulo e Ju, aos 8 anos
Seu avô Paulo também intuía o mesmo. Até dobrinhas você tinha, filho e o seu choro acordava teus companheiros de berçário. Você atraía a atenção com seu narizinho arrebitado, cabelinho preto e liso, e boquinha perfeitinha. Suas roupinhas arrancavam exclamações de admiração do pessoal do hospital. Rompi o ano contigo no meu colo, pedindo a Deus que te desse muita saúde, sorte e que me ajudasse a te criar para que fosse uma pessoa do bem. Fiz minhas fervorosas preces e a partir daí me transformei em uma mãe leoa. Lá fora os fogos e a algazarra dos plantonistas da maternidade comemoravam a chegada de 1981 e eu me senti feliz por ter você dormindo nos meus braços.
1989
Seu avô não sabia o que fazer quando te via e se sentiu mais que orgulhoso ao te batizar junto com a tia Wânia. Eu sei que você tem boas recordações dele, ainda que poucas, pois quando chegou a hora dele você só tinha 10 anos e já vivíamos longe.
Quando eu engravidei da sua irmã o hit da época era a música “Menina Veneno”, do Ritche. Você adorava cantar essa música e dizia que ia nascer a sua menina veneno. E assim foi: de acordo com a minha intuição e também com a sua. Sua irmã nos deu um grande susto e precisou operar ainda recém nascida. Foi uma época dura e você só tinha 3 anos. Fiquei dividida, o coração apertado e pela primeira vez estive longe de ti por uma semana. Sua avó tentava te distrair, mas volta e meia você se lembrava de mim e da sua irmã. Segundo ela era um berreiro só. Tínhamos uma ligação muito forte. Eu sei que ainda temos, apesar do seu jeitão fechado e um tanto arredio. Às vezes me sinto culpada pelas tantas coisas que passaram e que não pude evitar. Tentei e lutei muito pra te dar o melhor de mim. Sei que falhei em muitas coisas, mas o sentimento enorme de amor incondicional por você e por sua irmā sempre foi maior que tudo. 
1982: aos 2 anos com o tio Paulo e a tia madrinha Wânia
Cada sorriso que eu via no seu rostinho ao apagar a velinha nos bolos improvisados, ao abrir um presente, nas brincadeiras no parquinho, quando eu chegava a casa depois do trabalho, quando te escutava cantar “Como uma onda”, do Lulu Santos, nos eventos da escolinha, nas apresentações na banda de música, no olhar orgulhoso e ciumento quando eu ia às reuniões de pais porque era a única mãe mais jovem, na sua responsabilidade e satisfação ao cuidar para que sua irmã não saísse correndo pela igreja quando foram dama e pajem no casamento do seu tio Paulo e outras tantas coisas nesses 30 anos. Não tem nada que possa apagar isso tudo das minhas doces recordações nesses anos.

Você cresceu forte. Os anos voaram. 
Hoje você já tem a sua sonhada família, me deu a Amanda, o Neto e de quebra o Renan que já veio no pacote com a Alessandra. Sei que muitas coisas agora você compreende e outras deixaram de ser tão pesadas. Aqui de longe eu torço por você, rezo e continuo sendo uma mãe leoa.

Ale gravidinha do Neto, Renan, Ju (29 anos) e Amanda








2010: Amanda com 1 aninho no abraço gostoso do pai


2010: Fernando Neto aos 5 meses
Que a paz e o amor estejam sempre do seu lado.
Hoje você faz 30 anos!
Parabéns pra você, meu filho querido.
Você sempre vai ser o meu Júnior, o meu Ju, o meu Juka Pi....(segredo nosso, né?), o meu Jukinha. Não importa a idade que tenha.
Te envio beijos de saudades.
As lágrimas? Ah, são lágrimas de mãe orgulhosa e cheia de emoção...
Brasil 2009: eu e meus amados filhos, Fernando Jr. e Dinah
Como uma onda - Lulu Santos

Feliz dia! 
"Plágio é crime: Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998".
Todos os direitos reservados.

1 Peles comentaram:

Carla Farinazzi disse...

Oi Paulette!

Nossa, chorei! Que emocionante o que escreveu de seu filho, de vocês... Muito lindo! A gente "pega um amor" nesses bichinhos, né? Eles continuam sendo nossos bichinhos... Por mais que cresçam ou estejam longe. Não importa. O amor que temos permanecerá para todo o sempre, sem diminuir em nada. Parece até que aumenta...
Parabéns pelo teu Junior, querida!
Parabéns a você, uma mãe maravilhosa (e linda!!) e a ele, pelo aniversário!!

Beijos

Carla

Postar um comentário