Houve um tempo em que levava tudo a ferro e a fogo;
Houve um tempo em que aceitava as respostas prontas e as meias verdades para esquivar-me da realidade;
Houve um tempo em que fui omissa e não lutei contra isso;
Houve um tempo em que me senti gasta, velha, empoeirada e tremendamente cansada;
Houve um tempo em que as minúcias, os detalhes eram terrivelmente importantes;
Houve um tempo em que as lágrimas e a angústia me transbordavam a alma;
Houve um tempo em que me refugiei nos conventos da minha alma para ter um pouco de paz;
Houve um tempo em que permiti pisarem nos meus sonhos;
Houve um tempo em que fingi não perceber os escárnios e os comentários a meia voz para não me dilacerar mais e mais;
Houve um tempo em que fui julgada e rotulada por quem me acalentou e achava que me queria;
Houve um tempo em que o mutismo era o meu melhor escudo;
Houve um tempo que já não descrevia o que sentia porque me bastavam os mal entendidos;
Houve um tempo em que me fizeram acreditar que ter um cabelo negro e ondulado era muito feio;
Houve um tempo em que me achava estranha por causa dos meus olhos amendoados;
Houve um tempo em que as comparações me ensandeciam e me entristeciam;
Houve um tempo em que me achava estranha por causa dos meus olhos amendoados;
Houve um tempo em que as comparações me ensandeciam e me entristeciam;
Houve um tempo em que fui chamada de louca por compartilhar minhas idéias, meus sonhos, meus desejos e minhas intuições;
Houve um tempo em que tentaram me convencer de que era bobagem enxergar mais com os olhos da alma e do coração;
Houve um tempo em que fui mais escutada que ouvida;
Houve um tempo em que mais ouvi e consolei que fui ouvida ou consolada;
Houve um tempo em que não notaram que a minha preferência pelos vários tons de azul e pelo branco era apenas uma forma de passar desapercebida;
Houve um tempo em que convivi demasiado com pessoas que não se importavam com os meus sentimentos e minhas opiniões;
Houve um tempo em que pensava que o mais correto era ser “politicamente correta”;
Houve um tempo em que quase acreditei que o mais importante era ter um diploma, só para dizer “consegui” e depois guardá-lo na gaveta como a maioria faz;
Houve um tempo em que não conseguia dizer “eu te amo” a meus filhos;
Houve um tempo em que o medo me paralisou;
Houve um tempo em que não acreditei que era capaz de tomar as rédeas da minha vida;
Houve um tempo em que não acreditei que era capaz de tomar as rédeas da minha vida;
Houve um tempo em que não acreditava mais no amor e nem o sentia;
Houve um tempo em que pensei que no existisse uma vida melhor;
Houve um tempo em que eu não queria me sentir tão “diferente”;
Houve um tempo em que no quis ser tão transparente;
Houve um tempo em que eu só me disse não;
Houve um tempo em que abdiquei de ser tão eu.
...........
Para vocês, uma canção que retrata o que sentia meu espírito de adolescente ansioso de liberdade nos idos anos 70.
Skyline Pigeon
Turn me loose from your hands
Let me fly to distant lands
Over green fields, trees and mountains
Flowers and forest fountains
Home along the lanes of the skyway
For this dark and lonely room
Projects a shadow cast in gloom
And my eyes are mirrors
Of the world outside
Thinking of the ways
That the wind can turn the tide
And these shadows turn
From purple into grey
For just a Skyline Pigeon
Dreaming of the open
Waiting for the day
He can spread his wings
And fly away again
Fly away skyline pigeon fly
Towards the dreams
You've left so very far behind
Fly away skyline pigeon fly
Towards the dreams
You've left so very far behind
Let me wake up in the morning
To the smell of new mown hay
To laugh and cry, to live and die
In the brightness of my day
I want to hear the pealing bells
Of distant churches sing
But most of all please free me
From this aching metal ring
And open out this cage towards the sun
For just a Skyline Pigeon
Dreaming of the open
Waiting for the day
He can spread his wings
And fly away again
Fly away skyline pigeon fly
Towards the dreams
You've left so very far behind
Fly away skyline pigeon fly
Towards the dreams
You've left so very far behind
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Feliz dia!
"Plágio é crime: Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998".
Todos os direitos reservados.
5 Peles comentaram:
Oi Paulette!!
Nossa, você acertou! Tava precisando de uma música como essa hoje! Precisando tanto, você não imagina.
Gostei muito do seu texto. Realmente, deve ter havido o tempo de muitas coisas... pra você, pra mim também. Um tempo de coisas que ficaram pra trás, mas deixaram suas marcas. Que nos fizeram crescer, que nos fizeram amadurecer, a duras penas, mas nos fizeram agigantar... Queria muito estar aí perto pra te dar um abraço enorme agora!
Beijos
Carla
Ontem a derrota foi grande, Paulette.
Mas, quanto ao hoje, só me resta respirar fundo e seguir. Sem acusar o golpe. A derrota de ontem pode ser a vitória de amanhã. Quem sabe?
Beijos
Oi Paula!!!!
vim agradecer a visita e o commet bacana. Gostei demais, viu?
Menina, esses teus "houve um dia", ai ai ai, como vc teve dias parecidos com os alguns dos meus, mulher... nem te conto..
Um bj Paulette!
Oi Paulette!!!
Através de outros links vim parar aqui... e me identifiquei muito com tudo... assim como você sou amante da fotografia, da leitura, cinéfila,com ânsia de conhecimento, determinada e além de tudo isso amo viajar e acho incrível a experiência de morar em outros países, gostei muito das coisas que você fala e dos lugares que já morou. Acho muito bacana relatar em um blog essas vivências com outras culturas, eu aprecio muito. Tb adoro as músicas do Elton John e gostei muito do seu Clip. Se você quiser me conhecer e me seguir vai ser um prazer!!! O meu blog é www.biapensamentos.blogspot.com
Tenha um ´bom fim de semana!!!
Bjus
Bia
Oi Paulette!
Voltei pra lhe dizer que você também foi uma das pessoas especiais que conheci nesse ano que se finda... Suas histórias e lições permanecem perfumando minha alma. A riqueza de pessoa que você é me faz agradecer por tê-la conhecido.
Muita força aí, amiga!!!
Beijos
Carla
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