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Um incerto vôo que deu certo

Nessa semana recebi duas notícias. Uma ótima e outra muito ruim. Uma tem a ver com o inicio e a outra com fim da vida. São coisas que acontecem e não podemos evitar. Para ambos os casos a expectativa é grande e o coração se aperta de preocupação. Só desejamos que seja feito o melhor, porque a esperança sempre cresce a cada dia por pior que seja a situação.
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Eu, em1808 Town - South Dakota(USA)
Nessa época do ano o meu astral nunca é dos melhores. Para piorar, faz 5 anos que não passo o Natal com minha família brazuca. Tenho andado muuito nostálgica, com muuuitas saudades do Brasil.
Li em algum lugar que tomar uma decisão implica sempre em alguma renúncia. Nossa, me vi em essa situação várias vezes sem saber ao certo que rumo seguir, tentando não me deixar levar só pela emoção e mais pela intuição. Não podemos ter tudo ao mesmo tempo.
A gente se desgasta, sangra, tropeça, cai, se rala toda, mas se levanta e segue em frente. Foi o que eu fiz, quer errando ou acertando. Alguma parte de mim ficou por aí: pequenas tirinhas de pele esfolada espalhadas igual lampejos de espelho estilhaçado. Hoje tento compor alguns mosaicos, traçando novos desenhos que vão marcando meu aprendizado. Mas a pele, ah! essa já mudou várias vezes. É fácil? Claro que não! É quase inumano.
Mas porque estou falando disse tudo mesmo? É só para explicar esse lado saudoso, a decisão que me levou para longe, mas que me tirou do fundo do poço. Porque quando deixei o que me feria, o que me deixava em carne viva e tomei a decisão de dar outro rumo na minha vida, tive que ficar longe dos meus filhos, já adultos, para poder me recompor. A decisão foi penosa, me dilacerou, mas chegou no momento em que deveria chegar: o meu momento. 
Só para vocês terem uma idéia: não só resumi toda uma história em uma mala, um CD MP3 com 150 músicas, alguns retratos e fui começar do zero pelas redondezas. Eu voei para muuuito longe. Saí do país, girei 360º e caí de pára-quedas em culturas totalmente estranhas. Fui em busca dos meus sonhos e os realizei ainda que a duras penas. Tive que aprender a viver minha vida porque mais cedo ou mais tarde eles iam viver a deles, como fizeram.
Para os meus filhos (familiares e alguns amigos incondicionais) essa decisão foi de uma coragem descomunal da minha parte. Posso dizer que hoje eles pensam assim. Na época sofremos juntos e muito, embora estivéssemos separados. Por um bom tempo, mesmo me dando força ou algumas vezes não, eles tiveram as suas dificuldades. Aos poucos a minha decisão nos ajudou a amadurecer e nos fortaleceu nas etapas que enfrentamos.
Meu novo neto, o Neto (ou Jr.-Jr.), nasceu em abril e ainda não o conheço pessoalmente. Quando penso que estou perdendo o melhor dele e da sua irmãzinha Amanda (a Mandy)... Enfim, é muito duro ser mãe e agora, avó a distancia! Se você tem filhos e/ou netos poderá compreender melhor essa minha mistura de sentimentos contraditórios, a eterna preocupação me rondando a cabeça igual alma penada.
Quando a saudade aperta, a santa net e o telefone estão aí para amenizar algo que só pessoalmente conseguimos aplacar, mas que ajuda, ainda que não seja a mesma coisa.
Hoje estou escrevendo algo que se passou comigo e quem sabe deve estar passando com muitas mulheres por esse mundão afora.

Eu aprendi. Eles aprenderam. 

Espero que tenham tido um final de semana muito legal.
Que seus dias sejam coroados de alegria!

“Continue mesmo que todos esperem que desistas. Não deixe que se enferruge o ferro que existe em você”. (Madre Teresa de Calcutá)

“Continúas a pesar de que todos esperem que abandones. No dejes que se oxide el hierro que hay em ti”. (Madre Teresa de Calcuta)

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